sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Apenas

Talvez esperar seja a coisa certa a fazer, para recebermos o que merecemos.

Acho que estou tendo alucinações, vejo coisas girando ao meu redor quando me distraio. Nunca vi nada parecido.

Estava parado observando um casulo abandonado. Acredito que ele tenha caído de alguma árvore e o vento o trouxe até este lugar. O que será que se passa lá dentro? Será que está quente? Eu sinto frio às vezes, mas sinto um vapor quente vindo ao meu lado.
Estou dois dias observando este casulo e ele nem se quer se meche, pelo menos é a única vida que eu encontro neste lugar.
Veja! Está se movendo, será que é o vento que eu não sinto? Não... É uma linda borboleta, preta com detalhes vermelhos.
Para onde ela vai, se tudo o que tem aqui é apenas nada?
Comecei a segui-la, embora soubesse de que nada adiantaria e que não haveria outro lugar além deste.
Estava me desanimando até sentir um cheiro diferente. Era bom, meio parecido com flores. Foi o que me veio na cabeça, pois estava seguindo uma borboleta.
Estava avistando um palácio, ele era enorme, mas parecia não ficar muito grande quando me aproximava.
No jardim havia muitas flores. Foi lá que me despedi da pequena borboleta.
Fui me aproximando e sentindo falta de pessoas no palácio.
Entrei e fui para um lugar que me parecia ser o centro.
- Alguém ai?! – Gritei observando ao meu redor. Avistava muitos desenhos nas paredes, não sabia interpreta-los.
- Faz muito tempo que não sinto a presença de alguma outra pessoa neste lugar. – Dizia uma voz feminina vindo de trás.
Era Ela. A minha mente se perguntava o que ela estaria fazendo naquele lugar.
- Ele é uma pessoa que não deveria estar aqui. – Uma voz rouca surgira.
- O que lhe trás a este lugar rapaz? – Ela diz.
- Estava perdido no além e uma borboleta me trouxe a este palácio. – respondi
Logo percebi que a voz rouca era do Medo. Ele estava com um capuz sobre o resto e se escondia atrás Dela.
- O que você faz neste lugar? Eu andei procurando você por todos os lados. – disse a Ela meio confuso.
- Como assim me procurou por todos os lados? – Dizia Ela.
Ela me parecia ser outra pessoa, uma pessoa que eu apenas admiraria pela beleza.
- Já disse que ele é alguém que não deveria estar aqui. – Sussurrava o medo no ouvido Dela com um tom de raiva. – Você tem medo do futuro? – dizia o Medo.
Logo percebi que tudo havia paralisado, e que nada se movia, era tudo uma ilusão.
- Como? – Perguntei. Logo senti uma brisa fria vindo na minha direção.
- Venho te observando, e percebi que você pensa de mais nos caminhos a seguir. Você tem medo do seu futuro? – Dizia o Medo parecendo não estar com medo.
- O meu único medo é ter que acordar um dia e ver que tudo foi uma ilusão. –
- Haverá momentos em que tudo desmoronará e seus pensamentos de nada vão valer se você não estiver chegado a nenhuma conclusão. – Dizia o Medo parecendo não ser uma má companhia.
Logo acordei pensando que era apenas mais uma mudança no lugar, pois aprecia ser tão real.
Foi apenas mais um sonho que você esteve lá, diferente, mas esteve.

Esperar talvez seja a coisa certa a fazer, ou não, talvez eu tenha que seguir meu caminho plantando apenas os frutos bons, mas até onde eu irei plantar esses frutos?
Você é a minha vontade, mas também é a minha dúvida.
Se o caminho fosse um pouco mais curto poderíamos estar nos vendo neste momento.

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